Tem relacionamentos que quando começam a gente já sabe como vai terminar.
Tem vezes que começamos uma relação sabendo que não vai dar certo.
Sabe aquela coisa de “a gente ta se conhecendo”? Pois é. Chega uma hora que se conhece de fato. Percebe que uma ou outra característica do cara você não suporta, não sabe lidar, não aprova, enfim, se liga que não era o que esperava. Ou não é o que você gostaria para se relacionar.
Aí chega a hora da tomada de decisão e interromper aquilo que nem bem começou. E nem deve, porque você já sabe que não vai ser legal.
E quem disse que a gente consegue?
Então, por excesso de coragem ou de medo, seguimos em frente, só mais um pouco com a desculpa de “pra ver no que vai dar”. Lembrando: lá no fundo já se sabe que não vai dar nada além de incomodação.
Tem que estar chovendo homem na horta ou ter uma dose extra de boa autoestima, segurança e tranquilidade pra conseguir cortar o mal pela raiz. Caso contrário, a gente dá uma empurradinha básica com a barriga. Né?
Só que um belo dia o inevitável acontece e é chegado o limite. Ta na hora de dizer tchau. Terminar o relacionamento no qual você investiu energia e amor. E, obviamente, esse fim é muito mais dolorido. Há mais apego, afinal. Mais história e, agora, tem até trilha sonora.
Os esforços deverão ser redobrados para não ligar, não chorar, suportar a ausência de uma presença que a gente mesmo escolheu, apesar de saber lá no início que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria. Tentando postergar a dor, tornamo-la mais intensa.
Você precisa se lembrar da vida que tinha antes. Lembrar que adora ser solteira. Retomar uma vida sem aquela presença. Precisa se lembrar que adora a possibilidade de escolher o filme sozinha, escolher o que comer, ficar em casa desarrumada, não ter que estar sempre linda e depilada.
Quinze dias de muito chocolate, livros cult cabeça e nada de filmes comédia romântica é um bom começo. Amigos saudosos, dedicação total à outras metas. Mais trabalho, mais estudo. Mais dedicação a si mesma e, como em um circulo virtuoso, chega a hora de voltar a ficar linda e depilada para a próxima balada. A primeira solteira. Aquela em que você fará um esforço enorme pra não se lembrar da ausência. É chegada a hora de sair de casa fazendo todo esforço do mundo pra não criar expectativas de encontrar um príncipe escondido na multidão.
E quando sentir que vai virar abóbora, volta pra casa. Você chegará feliz, com a sensação de dever cumprido, com as forças retomadas. Ou, quem sabe, não tem um príncipe perdido, esperando no estacionamento?
Ponto final.